20/12/2013

2014, ANO DE QUÊ MESMO?


Todos os anos é a mesma coisa. Os líderes eclesiásticos anunciam a "palavra profética" que guiará seus ministérios durante o decorrer do novo ano. Geralmente são frases de efeito tais como "Ano da Dupla Honra", "Ano da Conquista", "Ano da Multiplicação", "Ano da Restituição", etc.

Eles bem que poderiam ser um pouco mais criativos, lançando frases como "Ano da Humildade","Ano do Amor ao próximo", ou "Ano do Perdão", e admitir que não se trata de palavras proféticas, mas tão-somente de slogans cujo objetivo é atrair o interesse das pessoas para os seus ministérios. Tudo não passa de marketing.

Mas quem se sentiria atraído por tais slogans? Quem está interessado em servir ao semelhante, perdoar os inimigos, andar humildemente? Todos querem mesmo é ter suas necessidades supridas, seus desejos saciados, seus sonhos realizados.

Enquanto isso, entidades seculares lançam campanhas de conscientização contra o racismo, a corrupção, a devastação do meio-ambiente, etc. A Igreja Católica, por seu turno, lança campanhas falando de solidariedade, fraternidade e até de ecologia.

Se a igreja evangélica não der uma guinada de 180 graus, vai acabar perdendo o pouco que lhe resta de credibilidade e pertinência.

O fato é que, tornamo-nos agremiações religiosas anacrônicas, centradas em seu próprio umbigo, indiferentes às demandas da sociedade. Só damos a cara a tapa quando o assunto é de ordem moral, como o homossexualismo. Não estamos preocupados com a corrupção crônica de nossa sociedade, nem com questões éticas e sociais. Nossas marchas são sempre com a intenção de demonstrarmos nosso capital político, a fim de barganharmos com os poderes constituídos. Não somos boca para os mudos, nem mãos estendidas para os excluídos.

As igrejas deixaram de ser voz profética em favor do oprimido, para tornarem-se franquias de ministérios megalomaníacos, cuja mensagem é pasteurizada, os cultos padronizados, e os obreiros (cópias fiéis de seus líderes) produzidos em série numa escala industrial. Por isso, sucursais (não congregações) pipocam a dois por um em todo território nacional.

O mundo nos menospreza, e não sem razão. Deveríamos nos envergonhar desse triunfalismo infantil e barato, voltando-nos para fora de nós mesmos, isso é, na direção do outro, de suas necessidades, de seus questionamentos.

Em Sua primeira aparição pública após o batismo, Jesus escolheu uma passagem das Escrituras e leu-a em plena sinagoga, usando-a como anúncio de intenção do Seu ministério:

"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar boas-novas aos pobres. Enviou-me para proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, para libertar os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor." Lucas 4:18-19

Infelizmente, fazemos uma leitura espiritualizada desta passagem, perdendo sua essência subversiva e revolucionária. Os pobres em questão não eram pobres espirituais, e sim vítimas daquele sistema corroído pela injustiça. Além de pobres, Jesus também os chama de cativos, cegos e oprimidos. Aquele era o anúncio da chegada de um novo tempo, chamado de "Ano aceitável do Senhor". Tratava-se da proclamação da chegada do Reino de Deus, em que vigoraria a graça, e que priorizaria os excluídos e marginalizados pelo sistema.

Acabando de ler essa passagem, Jesus "fechando o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam direcionados para ele. Então começou a dizer: Hoje se cumpriu esta Escritura que acabastes de ouvir" (vv.20-21).

Aquele "ano aceitável" ainda não terminou. Independentemente do calendário a que estamos submetidos, aquela palavra não perdeu sua vigência. É sob ela que a igreja cristã deve avançar, ignorando agendas políticas e ideológicas, e promovendo a subversão reinista.*

O problema não é adotarmos slogans, lemas anuais, ou coisa parecida. O problema é perdermos o foco, voltando-nos para nossos projetos pessoais em detrimento do projeto do Reino. A igreja Reina, à qual sirvo como bispo, também adota lemas anuais. O deste ano é "Escolhidos para acolher os esquecidos". Com este lema, queremos enfatizar o fato de que, se fomos escolhidos, não foi para viver em função de nós mesmos, e sim, para abraçar os rejeitados. A escolha soberana de Deus não deve ser vista apenas como um privilégio, mas como um voto de confiança. Porém, para nós, este não é o "Ano dos Escolhidos" ou coisa parecida. Mas continua sendo o "Ano aceitável do Senhor".

Espero que esta reflexão contribua para o amadurecimento da igreja cristã no Brasil.

Tenham todos um 2013 surpreendente, repleto de amor, sinceridade, perdão, fidelidade, e todas as virtudes impressas em nosso caráter pelo Espírito da Graça.

| Autor: Hermes C. Fernandes | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |

O URSO E A PANELA


Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou uma panela de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.

Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina. Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.

Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida.

O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta história, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos serem importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.

Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela!


“Atraímos sobre nós sofrimentos desnecessários quando exageramos a extensão da nossa dor.” - Helen Keller

DANDO O MELHOR


Muitas coisas se falam a respeito de Beethoven. O fato de ter composto extraordinárias sinfonias, mesmo após a total surdez, é sempre recordado.

Exatamente por causa de sua surdez, ele era pouco sociável. Enquanto pôde, escondeu o fato de sua audição estar comprometida. Evitava as pessoas, porque a conversa se lhe tornara uma prática difícil e humilhante. Era o atestado público da sua deficiência auditiva.

Certo dia, um amigo de Beethoven foi surpreendido pela morte súbita de seu filho. Assim que soube, o músico correu para a casa dele, pleno de sofrimento.

Beethoven não tinha palavras de conforto para oferecer. Não sabia o que dizer. Percebeu, contudo, que num canto da sala havia um piano.

Durante 30 minutos, ele extravasou suas emoções da maneira mais eloqüente que podia. Tocou piano. Ao contato dos seus dedos, as teclas acionadas emitiram lamentos e melodiosa harmonia de consolo.

Assim que terminou, ele foi embora. Mais tarde, o amigo comentou que nenhuma outra visita havia sido tão significativa quanto aquela.

Por vezes, nós também, surpreendidos por notícias muito tristes ou chocantes, não encontramos palavras para expressar conforto ou consolação.

Chegamos ao ponto de não comparecer ao enterro de um amigo, por sentir “não ter jeito” para dizer algo para a viúva ou os filhos órfãos.

Não vamos ao hospital, visitar um enfermo do nosso círculo de relações, porque nos sentimos inibidos. Como chegar? O que levar? O que dizer?

Aprendamos com o gesto do imortal Beethoven. Na ausência de palavras, permitamos que falem os nossos sentimentos.


“Não existe verdadeira inteligência sem bondade”. 

- Ludwig van Beethoven

O NOBRE E O GRANJEIRO


Era uma vez um granjeiro escocês muito pobre que se chamava Fleming. Certo dia, quando estava trabalhando na lavoura, ouviu gritos que vinham de um pântano ali perto, largou tudo e correu para o pântano. Encontrou um rapaz enterrado num charco, lutando desesperadamente para não afundar. O granjeiro conseguiu pegar a mão do rapaz, salvando-o assim, do que poderia ter sido uma morte lenta e dolorosa.

No dia seguinte, parou na porta da pequena casa do granjeiro uma carruagem, de onde saiu um homem, elegantemente vestido que se apresentou como o pai do rapaz que havia sido salvo.

- Quero recompensá-lo, disse o nobre. O senhor salvou a vida do meu filho.

- Não, não posso aceitar pagamento pelo que fiz, discordou o escocês.

Neste momento o filho do granjeiro veio até a porta da casa e o nobre perguntou:

- É seu filho?

- Sim, disse o granjeiro orgulhosamente.

- Então lhe proponho um trato. Permita-me proporcionar a seu filho o mesmo nível de educação do qual desfrutará o meu próprio filho. Se o rapaz se parecer com o pai, não tenho dúvidas de que crescerá e se tornará um homem do qual nos orgulharemos muito.

O granjeiro aceitou.

Fleming freqüentou as melhores escolas e se graduou na “Saint Mary’s Hospital Medical School”, em Londres. Nas suas pesquisas, em 1928, descobriu a Penicilina. Foi professor da St. Mary’s Medicine School de 1928-1948, sendo reconhecido como Professor Emérito da Instituição. Tornou-se Sir Alexander Fleming (1881-1955), bacteriologista escocês e vencedor do prêmio Nobel de 1945, em fisiologia e medicina.

Anos depois, o filho do mesmo nobre esteve doente, com pneumonia, e o que salvou sua vida foi a Penicilina.

O nome do nobre senhor, era Lord Randolph Churchill e seu filho, salvo pelo granjeiro Fleming, se chamava Sir Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido e maior líder britânico do século XX.


“As atitudes são muito mais importantes do que os fatos.”


 - Alexander Fleming

QUERO COMPRAR O SEU TEMPO


Uma menina, com voz tímida e olhos de admiração, pergunta ao pai quando este retorna do trabalho:

– Papai, quanto o senhor ganha por hora?

O pai, num gesto severo, responde:

– Escuta aqui minha filha, isto, nem a sua mãe sabe. Não amole, eu estou cansado.

Mas a filha insiste:

– Mas pai, por favor, diga o quanto o senhor ganha por hora?

A reação do pai foi menos severa e respondeu:

– Três reais por hora.

– Então, pai, o senhor poderia me emprestar um real?

O pai nervoso e tratando a filha com brutalidade, respondeu:

– Então era essa razão de querer saber o quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais, menina abusada.

Já era tarde da noite quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se arrependido. Talvez, quem sabe, a filha precisasse comprar algo.

Querendo aliviar sua consciência pesada, foi ate o quarto da menina e, em voz baixa, perguntou:

– Filha você esta dormindo?

– Não pai, respondeu sonolenta a garota.

– Olha, aqui esta o dinheiro que você me pediu, um real.

– Muito obrigado papai, disse a filha levantando-se sorrindo e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a sua cama.

– Agora já completei papai, tenho três reais.

E olhando o pai com carinha de sono, entrega o dinheiro para ele dizendo solenemente:

– Papai poderia me vender uma hora do seu tempo?


“Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação e o carinho que recebem, uma recompensa ou um castigo”. 

- Alex Cardoso de Melo

ENFRENTANDO OBSTÁCULOS


Durante anos, um velho fazendeiro tinha arado ao redor de uma grande pedra em um de seus campos. Ele tinha quebrado várias lâminas do arado e tinha cultivado um ódio mórbido pela pedra.

Um dia, depois de quebrar outro arado, e se lembrando de toda a dificuldade que a pedra lhe tinha causado durante anos, ele decidiu finalmente fazer algo que resolvesse o problema definitivamente.

Quando pôs uma alavanca debaixo da pedra, foi pego de surpresa ao descobrir que a pedra tinha apenas 18 centímetros, aproximadamente, e que ele poderia, facilmente, quebrar a pedra com uma marreta.

Quando estava carregando os pedaços da pedra ele não se conteve e começou a rir sozinho, enquanto se lembrava de toda a dificuldade que a pedra tinha lhe causado durante anos e como teria sido melhor se tivesse enfrentado o obstáculo e quebrado a pedra mais cedo.


“Obstáculos são aquelas coisas medonhas que você vê, quando tira os olhos de seu objetivo”. - 

Henry Ford

UM PRESENTE VALIOSO


Uma pequena escola primaria, na periferia da cidade de São Paulo, tinha uma particularidade: seus alunos sentavam em dupla, em antigas carteiras pregadas ao chão.

Nesta escola, estudava o pequeno Josias, que cursava a primeira série do ensino fundamental.

No final da segunda semana de aula, Josias conversa animadamente com sua mãe, contando as novidades de sua recente vida escolar. A professora, as atividades e detalhes da vida de seu mais novo amiguinho, Jurandir, um menino negro, morador de uma favela localizada na região da escola, com quem passou a dividir sua carteira naquele dia, após este trocar de lugar e conseqüentemente companheiro de carteira, cinco vezes nas últimas duas semanas. Ao ouvir detalhes de seu novo companheiro sua mãe engoliu seco e disse:

– Que interessante. Quanto tempo demorará até a professora realizar o rodízio entre os companheiros de carteira?

– Ah, eu não permitirei mamãe, quero continuar a ser seu companheiro de carteira – respondeu Josias.

Após alguns dias, a mãe de Josias marcou uma reunião com a professora. Esta a recepcionou na sala dos professores, com um semblante simpático e triste ao mesmo tempo.

– A senhora é a mãe do pequeno Josias? Suponho que deseje um novo companheiro de carteira para o seu filho - disse a professora. Por favor, aguarde apenas alguns minutos, pois, estou terminando de atender outra mãe.

Muito próximo dali, a professora conversava com a mãe de Jurandi, que demonstrava ansiedade em seus questionamentos e o diálogo pôde ser ouvido pela mãe de Josias:

– Como Jurandi esta se saindo? Espero que esteja acompanhando o ritmo das outras crianças. Se estiver encontrando dificuldades ou criando problemas, por favor, me avise.

Ela insistiu em seu questionamento:

– Ele esta criando algum tipo de problema professora? Por que ele teve que trocar de carteira tantas vezes, já nos primeiros dias de aula?

A mãe de Josias percebia a situação constrangedora em que se encontrava a professora, pois, ela sabia a resposta para o questionamento daquela mulher e ficou admirada com a resposta gentil da professora:

– Não. Jurandi não esta causando problema algum. Porém, tento mudar as crianças de lugar diariamente até encontrarem o parceiro ideal.

– Neste exato momento a mãe de Josias se apresentou e disse que seu filho deveria ser o novo companheiro de Jurandi e que esperava que eles se dessem muito bem, mesmo que em seu intimo o desejo continuava sendo o de um novo companheiro de carteira para o seu filho.

Por diversas ocasiões Jurandi convidou Josias para ir até sua casa, porém, sua mãe utilizou de todos os artifícios e desculpas possíveis para se esquivar do convite. Porém, alguns dias depois do último convite, aconteceria um fato que mudaria de vez a sua visão dela com relação a esta amizade.

Era o dia do aniversário da mãe de Josias. Ao retornar para casa, depois de mais um dia de aula, seu filho trazia em sua pequena mão uma folha de caderno dobrada. Deu-lhe um grande beijo, entregando o pequeno pacote, que imediatamente foi desdobrado. Dentro, ela encontrou pequenas margaridas, retiradas do pátio da escola, um “Feliz Aniversário” desenhado com lápis de cor e enfeitado com bastante purpurina e duas moedas de um Real.

– Foi o Jurandi que mandou - disse Josias. É o dinheiro de seu lanche. Quando disse que hoje era o seu aniversário, ele praticamente me obrigou a trazer isso para você. Disse que você é uma grande amiga, porque foi a única mãe que não o obrigou a mudar de companheiro de carteira.


“Muito distante, próximo às nuvens e junto à luz do Sol estão minhas maiores aspirações. Sei que não posso alcançá-las neste momento, mas, todos os dias, eu posso olhar para cima, contemplar sua beleza e seguir meu caminho, acreditando que um dia este será o meu destino.

 - Alex Cardoso de Melo

O AMOR



Em uma sala de aula havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora:

- Professora, o que é o amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:

- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse:

- Eu trouxe esta flor, não é linda?

A segunda criança falou:

- Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou:

- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou:

- Meu bem, porque você nada trouxe?

E a criança, timidamente, respondeu:

- Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas ao subir na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu, pois ela fora a única criança que percebera que só podemos trazer o amor no coração.


“Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Todas as criaturas em desgraça têm o mesmo direito a ser protegido”.


O CAVALO E O FAZENDEIRO


Um dia, o cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.

Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o cavalo estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o animal.

Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço. O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente.

Porém, para surpresa de todos, o cavalo aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu.

A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela.

Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

Recorde-se das cinco regras para ser feliz:

1- Liberte o seu coração do ódio.

2- Liberte a sua mente das preocupações.

3- Simplifique a sua vida.

4- Dê mais e espere menos.

5- Ame-se mais e aceite a terra que lhe jogam. Ela pode ser a solução, não o problema.

“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”.


 - Dom Hélder Câmara

RIQUEZA E POBREZA


Aquela mãe era muito especial. Com dez filhos, ela conseguiu educar sua filha até a segunda série, sem que ela se desse conta da pobreza em que vivia.

Afinal, a menina tinha tudo que precisava: nove irmãos e irmãs para brincar, livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas limpas que ela habilmente remendava ou, às vezes, fazia.

À noite, ela lavava e trançava o cabelo da filha, para que ela fosse à escola no dia seguinte. Seus sapatos estavam sempre limpos e engraxados.

A menina era feliz na escola. Adorava o cheiro de lápis novos e do papel grosso que a professora distribuía para os trabalhos.

Até o dia em que, subindo os degraus da escola, encontrou duas meninas mais velhas. Uma segredou para a outra:

- Olha, essa é a menina pobre. E riram.

Mary ficou transtornada. No caminho para casa, ficou imaginando porque as meninas a consideravam pobre. Então olhou para seu vestido e, pela primeira vez, notou como era desbotado, um vinco na bainha denunciava que tinha sido aproveitado.

Olhou para os pesados sapatos de menino que estava usando e se sentiu envergonhada por serem tão feios.

Quando chegou em casa, sentia pena de si própria. Também, pela primeira vez, descobriu que o tapete da cozinha era velho, que havia manchas de dedos na pintura meio descascada das portas.

Tudo lhe pareceu feio e acanhado. Trancou-se em seu quarto até a hora do jantar perguntando-se porque sua mãe nunca lhe contara que eles eram pobres.

Decidiu sair do quarto e enfrentar sua mãe.

- Nós somos pobres? Perguntou de repente e ficou esperando que sua mãe negasse ou desse uma explicação satisfatória.

- Pobres? Repetiu a mulher, pousando a faca com que descascava batatas.

- Não, não somos pobres. Olhe para tudo que temos. Apontou para os filhos que brincavam na outra sala.

Através dos olhos de sua mãe, a menina pôde ver o fogo da lareira que enchia a casa com seu calor, as cortinas coloridas e os tapetes de retalhos que enfeitavam a casa. Viu o prato cheio de biscoitos de aveia sobre a cômoda. Do lado de fora, o quintal que oferecia alegria e ventura para dez crianças.

- Talvez, algumas pessoas pensem que somos pobres em matéria de dinheiro, mas, temos tanto.

E com um sorriso, a mulher se virou para preparar mais uma refeição para sua família. Em sua grandeza, ela nem se dava conta que, a cada noite, ela alimentava muito mais do que estômagos vazios. Ela alimentava o coração e a alma de cada um dos seus filhos.

“Tenho a firme convicção de que nenhuma riqueza de bens materiais pode fazer progredir o homem, mesmo que ela esteja nas mãos de homens que demandam uma meta superior. Pode alguém imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi, armados de um saco de dinheiro de milionário?” - 

Albert Einstein