23/11/2013

O SACRIFÍCIO EM MORIÁ


Você acha que a prova pela qual você está passando é muito grande? Você considera que a luta que tem enfrentado é muito árdua? Eu quero convidá-lo a pensar sobre a prova passada por Abraão.

Abraão tinha um único e amado filho com Sara. Isaque foi um cumprimento de uma promessa de Deus ao casal. Sara era estéril e Abraão já muito velho, ainda assim Deus mostrou sua fidelidade os abençoando com um filho.

Qual não deve ter sido a alegria de Abraão em constatar a fidelidade de Deus para com ele? Quão tamanha deve ter sido a felicidade de se tornar pai, sabendo que por meio de Isaque Deus cumpriria uma outra promessa: tornar a sua descendência imensamente numerosa?

Pois bem, toda esta confiança em Deus agora estava sendo provada de uma maneira terrível: o mesmo Deus que havia lhe dado Isaque, agora o exigia em sacrifício.

Gn 22: 2 'Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei'.

Não deve ter sido uma noite fácil para Abaão, porém a Bíblia lhe dá o título de o ?pai da fé? por que a sua confiança em Deus nunca foi abalada ainda que numa prova tão difícil e aparentemente cruel.

Prontamente, Abraão respondeu sim ao Senhor. O texto não fala de um Abraão que exigia de Deus uma atitude diferente. O texto não fala de um Abraão convidando Deus a um juízo de valores. O texto demonstra, sim, um Abraão que conhece a soberania do Senhor e se curva a ela.

Gn 22:3 'Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado'.

Ter a consciência da soberania de Deus implica em total obediência a Sua vontade, sem questioná-la, sem procurar convencer a Deus de que Ele está errado (como se isso fosse possível!).

Como foi dito por intermédio Isaías '(Is 45:9) Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça?'.

Não quero dizer que a obediência é uma escolha fácil. Deve ter sido duro para o pai da fé ter caminhado por três dias sem duvidar ou em algum momento desejar voltar atrás na sua decisão de obedecer a Deus. Entretanto, a Palavra não fala de indecisão, dúvidas, ou coisa do tipo. A Palavra demonstra em Abraão, pronta e total confiança em Deus.

Quando questionado por Isaque que queria saber onde estava o cordeiro para o holocausto?

- (Gn 22: 8) 'Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos'.

Eu quero chamar sua atenção para a obediência não somente do pai Abraão, mas também do filho Isaque.

- (Gn 22:9) 'Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha'.

Toda essa cena nos leva a pensar no Cristo e no incrível paralelismo entre essa história e a história da Cruz.

Ambos, tanto Isaque como Cristo foram obedientes até a morte. Observe que Isaque era jovem e, portanto, muito mais forte que seu pai. Ainda assim, o texto não mostra Isaque se rebelando, mas, com incrível resignação, aceitando ser o cordeiro sacrificial daquele dia no Monte Moriá.

Ambos, tanto Abraão como Deus, não pouparam seus filhos. O texto de Romanos 8:32 Diz a respeito de Deus 'Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou...'.

A história tem um outro paralelismo, contado nos versos 10,11 e 12: '10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! 12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho'.

Sim, Deus também providenciou um outro Cordeiro em substituição: Jesus Cristo nos substituiu na cruz. Aquele era o nosso lugar, nós é que deveríamos ter sido imolados por nossos pecados, porém, em Sua infinita graça e no Seu imenso amor, Deus providenciou que Seu próprio Filho, como o Cordeiro, morresse em nosso lugar.

Abraão em nenhum momento deixou de confiar em Deus e na restauração no seu filho Isaque, Cristo em nenhum momento fraquejou, pois confiava plenamente no Pai. O autor de Hebreus diz no cap.11, versos 17-19, 'Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, 18 a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; 19 porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou?. Cristo também não sucumbiu à morte, mas a venceu e é vivo!

O mesmo autor de Hebreus diz no Cap.10, versos 5-10, '5 Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; 6 não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. 7 Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade. 8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei), 9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. 10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas'.

Cristo foi o Cordeiro providenciado por Deus. Abraão teve a preciosa intervenção do Senhor que poupou a vida de Isaque, porém Deus foi até o fim no Seu propósito de sacrificar Seu Filho em nosso lugar.

Abraão ergueu o seu cutelo (um instrumento cortante em forma de mei-lua), mas não foi preciso cravá-lo em Isaque. O cutelo cravado em Cristo foram os nossos pecados, a falsa religiosidade da sua época, o poder político vigente.

Como Isaque, Cristo aceitou ser levado mudo ao matadouro. Abraão demonstrou todo o seu amor para com Deus e foi aprovado na dura prova, Deus demonstrou o Seu amor para conosco permitindo que o Sangue do Seu Santo e Justo Filho fosse derramado para resgatar a nós pecadores.

 Autor: Clériston Andrade 
 Divulgação: estudosgospel.com.br
estudo recebido por email

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