
Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial, que sabia dar a cada cliente o corte perfeito.
Depois de cuidadosamente anotar todas as medidas do novo mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto tempo ele era mandarim. A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa.
- Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?
Paciente, o alfaiate explicou:
- A informação é preciosa. É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz erguido, a cabeça levantada. Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás. Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência. Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida. Para esse, costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás. Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços. É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa. Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo, para que a roupa lhe assente perfeitamente.
O homem saiu da loja, pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.
“O orgulho do saber é talvez mais odioso que o do poder”. - Marquês de Maricá
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